19 de dez. de 2010

“Vós... quem dizeis que eu sou?”

Mateus 16.13-16 - "13 Indo Jesus para os lados de Cesaréia de Filipe, perguntou a seus discípulos: Quem diz o povo ser o Filho do Homem? 14 E eles responderam: Uns dizem: João Batista; outros: Elias; e outros: Jeremias ou algum dos profetas. 15 Mas vós, continuou ele, quem dizeis que eu sou? 16 Respondendo Simão Pedro, disse: Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo."
        
         Chega o momento em nossa vida que precisamos nos posicionar quanto quem é o Senhor Jesus. Posicionamento que precisamos tomar em vida e à vida. Que hoje seja o seu dia. 
         Esta posição define à vida e como vive-la. Para tanto, é necessário compreender que o contexto desta passagem mostra-nos que o Senhor Jesus já vivera alguns anos com seus discípulos e estes já haviam presenciado vários sinais, ensinos e milagres; a oposição era cada vez mais crescente; e, aproximava-se o dia de sua morte. Ou seja, o caminho para Jerusalém, porém, não era perigoso só para Jesus, mas também para os seus.
         Deste modo, Jesus precisa verificar se realmente os doze discípulos estavam convictos sobre quem Ele é. Do mesmo modo deve ser conosco, precisamos nos posicionar sobre quem é Jesus. E só existem dois grupos. 
         O primeiro grupo é representado na primeira pergunta e resposta. (v.13 e 14) 1º Pergunta: “Quem diz o povo ser o Filho do Homem?” 1º Resposta: “E eles responderam: Uns dizem: João Batista; outros: Elias; e outros: Jeremias ou algum dos profetas.”
         O primeiro grupo já tem uma opinião formada sobre Jesus. Assim como nos nossos dias. As pessoas tem diversas opiniões sobre quem é Jesus. 
         Opiniões que o reconhecem como um personagem histórico cuja a mais pura conduta moral é encontrada. Um grande guia, o maior dos executivos, o maior dos psicólogos, um grande religioso, um grande mestre, alguém cujo o espírito era elevado. Os líderes religiosos e políticos de seu tempo o consideravam um inovador perigoso, que dissolve toda ordem, um entusiasta, um charlatão e blasfemo.
         Todavia, não reconhecem a exclusividade de Jesus Cristo. Não reconhecem o Único capaz de remir, de livrar da ira de Deus que será manifesta contra todo ser humano que vive no pecado e injustiça. Alías, este grupo, considera este ensino bíblico um absurdo. Objeta esta verdade.
         O segundo grupo é representado na segunda pergunta e resposta (v.15,16) 2º Pergunta: “Mas vós, continuou ele, quem dizeis que eu sou?” 2º Resposta: “Respondendo Simão Pedro, disse: Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo.”
         A posição deste grupo é a oposta ao anterior, porque neste as pessoas dão ouvido ao que Deus diz. Foi assim com Pedro e com todos que dão ouvido a Palavra de Deus. Jesus disse após a resposta: v. 17 “Então, Jesus lhe afirmou: Bem-aventurado és, Simão Barjonas, porque não foi carne e sangue que to revelaram, mas meu Pai, que está nos céus.”
         Aqui reside a diferença central. Ouvir a voz de Deus para se posicionar. Foi o próprio Deus quem já disse: “Hoje, se ouvirdes a sua voz, não endureçais o vosso coração,…” Hebreus 3.15. O seu posicionamento trará segurança e vida se você sinceramente buscar de Deus a direção para sua vida. Para tanto, você terá de virar as costas para as opiniões deste mundo. É impossível caminhar de mãos dadas com Deus e com o mundo. Você precisa se posicionar. 
         Certos desta exigência, vejamos a radical diferença deste grupo que dá ouvido ao que Deus constantemente fala pela sua Voz. 
         “Tu és o Cristo” é o reconhecimento absoluto e exclusivo de Cristo como o prometido de Deus, antes da fundação do mundo, daquele que viria para remir e libertar as pessoas do império das trevas, da escravidão do pecado e do sofrimento eterno. Aquele sem a qual não há alguma esperança de vida. 
         “Tu és o Filho de Deus” O filho do Deus vivo é o próprio Deus vivo. Crer no Senhor Jesus significa dizer que cremos que em sua pessoa, em seu maravilhoso ser, é a água da vida, o pão da vida, o caminho, a verdade, a vida e a ressurreição. Crer em Jesus significa também dizer que inevitavelmente a vida do crente será transformada conforme a imagem de Jesus de Nazaré. Isso implica em arrependimento, confissão e abandono da vida pecaminosa.
         Pedro foi o primeiro a fazer essa confissão,  e, sendo Jesus, o autor da fé salvadora, nele devemos crescer e segui-lo cabalmente. Crer em Cristo implica que pela graça de Deus fomos alcançados e nos sujeitamos a Sua exclusividade e Senhorio. Quem crê em Jesus passa a viver com a comunidade de Jesus, que é a Igreja que Ele próprio instituiu e é o cabeça. 
         Qual é o seu posicionamento? Não há um terceiro. Em que grupo estás? Se reconheces que és pecador e precisas da graça salvadora de Deus, é sinal de que você pode posicionar-ne como servo e discípulo de Jesus. Então, tome hoje a sua posição. Faça como Deus ensina em sua Palavra: “Quem crer nele não ficará desiludido. Isso vale para todos, pois não existe nenhuma diferença entre judeus e não-judeus. Deus é o mesmo Senhor de todos e abençoa generosamente todos os que pedem a sua ajuda. Como dizem as Escrituras Sagradas: “Todos os que pedirem a ajuda do Senhor serão salvos.” Romanos 10.9-13                              

Pr. Rodrigo Odney

6 de nov. de 2010

Pais que ensinam seus filhos a contribuir

  
       Foi com o meus pais que aprendi o privilégio e a bênção de participar da contribuição financeira na igreja. Ainda criança, sem compreender que o dinheiro poderia escravizar homens e mulheres, os meus pais, já me ensinavam que o dinheiro conquistado pelo árduo trabalho, antes de tudo, era fruto da graça de Deus, e, primeiramente, a Deus deveria ser dedicado.
       Com eles aprendi a bênção de ser dizimista. Aos quatorze anos de idade, quando comecei a trabalhar, já era dizimista fiel. Ainda hoje lembro-me da alegria que tive ao dedicar o meu primeiro dízimo. Desde então, tenho me mantido leal a Deus na contribuição dos dízimos. Recordo-me que houveram tempos difíceis, mas, estes nunca foram motivo de não dizimar. Entretanto, lembro-me também, que houve alguns episódios, que devido a minha incredulidade, pequei, ao me apropriar do que não era meu. Porém, não demorou muito para reconhecer o erro, e, arrependido, confessei o pecado, o abandonei, e voltei a cultivar a lealdade que há anos ininterruptos tem se mantido. Contribuo com  alegria e lealdade. Todavia, como pecador que sou, luto contra a minha carne e busco a santificação no cuidado com as finanças.
       Agora sou pai, e preciso ensinar a minha filha, e, se Deus permitir, aos futuros filhos, o valor deste ensino da Palavra de Deus, que foram por meus pais passado. A minha oração, prática e ensino é que ela também seja leal ao Senhor, e, quando chegar a vez dela tomar suas próprias decisões, como indivíduo e pessoa, escolha ser leal a Deus, porque primeiramente é o que Deus estabelece em sua Palavra, e, também, porque viu em seus pais a bênção e o privilégio que nos foi dado de contribuir financeiramente com a igreja do Senhor Jesus.
       O ensino bíblico sobre dízimos e oferta apresenta que esta prática é um privilégio que Deus nos dá pela sua graça. É privilégio poder contribuir com a expansão do evangelho. É privilégio poder ser parte do que Deus está fazendo para alcançar pecadores quebrantados e sedentos por Ele.
       O apóstolo Paulo, guiado pelo Espírito Santo, escreveu as seguintes palavras à Igreja de Corinto: “1 Agora vou tratar do dinheiro para ajudar o povo de Deus da Judéia. Façam o que eu disse às igrejas da província da Galácia. 2 Todos os domingos cada um de vocês separe e guarde algum dinheiro, de acordo com o que cada um ganhou. Assim não haverá necessidade de recolher ofertas quando eu chegar. 3 Depois que chegar, eu enviarei, com cartas de apresentação, aqueles que vocês escolherem para levarem a oferta até Jerusalém. 4 Se for conveniente que eu também vá, eles farão a viagem comigo.” NTLH (1Co 16.1-4).
       Os nossos filhos serão obedientes e descobrirão o prazer de serem contribuintes fiéis a medida que nós pais formos exemplos de vida na contribuição, conforme 1Co 16. Por isso, querido pai e mãe, te encorajo como seu pastor e amigo a partir deste mês a contribuir de forma sistemática e não esporádica. Mostre ao seu filho(a) que você é fiel, mesmo na escassez. Contribua de modo individual, tenha o seu envelope, coloque o seu nome, faça isso ao lado do seu filho(a). Contribua de forma consistente, seja fiel ao que Deus te deu como sustento, contribua proporcionalmente ao seu rendimento mensal. Ensine o seu filho(a) que você o faz com alegria, com prazer, e, não porque, você tem medo de uma maldição e de um devorador. Ensine que devolver o dízimo e dedicar a oferta é fruto da sua gratidão pela provisão diária que Deus concede a você e a sua família. Deixe o seu filho(a) saber disto. E, por fim, contribua de forma transparente. Deixe o seu filho ver que você dedica o seu dízimo na igreja que é membro, e, não é administrado como você bem entende. Deixe o seu filho entender que é à igreja que o dízimo e a oferta devem ser entregues. E que a igreja, por sua vez, em conformidade com a Palavra de Deus, possa administrar de acordo com o que a Assembléia de membros delibera. Queridos pais, deixe esse legado na vida de seus filhos, assim como os meus pais deixaram em mim.    
Pr. Rodrigo Odney.

27 de ago. de 2010

Removendo o Ódio, Amargura e o Falso Perdão

O autor de Provérbios 15.13 diz que: “O coração alegre aformoseia o rosto, mas com a tristeza do coração o espírito se abate.”. Falemos a verdade: como é bom estar com o coração cheio de alegria. A vida é colorida. Vivemos melhor. Os relacionamentos são saudáveis. Encaramos a vida de forma mais agradável. Entretanto, não é sempre assim, muitas vezes a alegria, a paz e o contentamento perdem espaço para o ódio, amargura e falso perdão. É terrível viver amargurado e agir com ódio. É triste viver com falsidade. Quando o ódio, a amargura e o falso perdão envolvem o nosso cotidiano vivemos como que em densas trevas que ofuscam o brilho da vida.

Conceitualmente o ódio é uma paixão pelo mal. Já pensou nisso? Quando seu coração está com ódio você dá as mãos a malignidade, torna-se amante das trevas. Dizem que é uma linha muito fina que separa o amor do ódio. Odeia-se com facilidade. No momento da ira; da aversão; do desprezo; da antipatia; toma-se atitudes insanas e com requinte de perversidade. Por isso que uma pessoa neste estado age com crueldade, ela está apaixonada pelo mal, se associou a ele. Pense nisso. Vale a pena guardar o ódio em teu coração e evidenciá-lo em suas atitudes?

Seguindo o ódio vem a amargura. A vida de uma pessoa amarga é como um sepulcro aberto. A pessoa é sepultada no sofrimento, no lamento e no ressentimento. Uma pessoa ressentida não consegue olhar para frente, não consegue viver. A vida ficou tão azeda para si, que rejeita a alegria do outro e faz de tudo para que o próximo sinta o amargor de sua infelicidade. O amargo, amarga. Não mede suas palavras, conseqüências e não se importa com o outro, justamente porque deseja tudo para si e se entope com suas tolices. Quem vive assim esquece o quanto a vida é bela e doce. Para o amargo de coração nada está bom. Nada presta. O trabalho, a família, a igreja a sociedade nada lhe serve. Como é triste viver assim.

Para fechar esse primeiro padrão de barreira para a unidade e saúde da igreja, da família e da sociedade está o falso perdão. Este é uma fuga da realidade. É o império da mentira, do fingimento e da dissimulação. Enquanto o perdão liberta, o falso aprisiona. Encarcera-se no peso das múltiplas máscaras, no mal cheiro do enxofre que transpira. É desleal consigo mesmo e com o semelhante. É tão dura a realidade que “vira e mexe” se vê sem fundamento e a si mesmo trapaceia. É desleal. A vida é insípida porque não consegue dar passos para a liberdade de uma vida sem o peso da falsidade.

Como se pode ter alegria que aformoseia o rosto se o coração está carregado desses três males divisivos? É impossível. Portanto, afirmamos que não vale a pena continuar guardando tais sentimentos, pensamentos e atitudes em seu interior e em seus relacionamentos. Você só descobrirá ou redescobrirá a alegria de viver, do fazer parte de um Corpo, se você for liberto destes males. Para que guardar o ódio quando você pode amar? Para que viver amargurado quando você pode adocicar? Para que viver o falso perdão que te aprisiona quando você pode viver na liberdade do perdão? Remova esses males do seu viver. Seja diferente. Pense diferente. Aja diferente.

O autor que fala da alegria do coração diz: “Seis coisas o SENHOR aborrece, e a sétima a sua alma abomina: olhos altivos, língua mentirosa, mãos que derramam sangue inocente, coração que trama projetos iníquos, pés que se apressam a correr para o mal, testemunha falsa que profere mentiras e o que semeia contendas entre irmãos." Provérbios 6.16-19. O Senhor Jesus diz: Marcos 11.25-26 "E, quando estiverdes orando, se tendes alguma coisa contra alguém, perdoai, para que vosso Pai celestial vos perdoe as vossas ofensas. Mas, se não perdoardes, também vosso Pai celestial não vos perdoará as vossas ofensas." Mateus 5.23-24 "Se, pois, ao trazeres ao altar a tua oferta, ali te lembrares de que teu irmão tem alguma coisa contra ti, deixa perante o altar a tua oferta, vai primeiro reconciliar-te com teu irmão; e, então, voltando, faze a tua oferta." Rompemos esse primeiro padrão de barreira para sermos a igreja que a Palavra de Deus nos chama para sermos.

Do coração, Pr. Rodrigo Odney
rodrigoodney.blogspot.com

Removendo a Fofoca, Insinuação e Calúnia

O mexeriqueiro não gosta de confrontar e muito menos ser confrontado. São dissimulados e pouco se importam com honradez e a verdade do que comunicam. Uma suspeita é passada como verdade irrefutável, não importa os fatos, o que vale são os boatos. São peritos em distorcer o que ouvem e veem, o seu prazer está em ver a confusão instalada. Costumam dizer: “Eu ouvi tal e tal coisa”; “Muita gente está dizendo”. As idéias e comentários maldosos são seus, mas querem torná-los de todos. Atitudes que geram: laços rompidos; famílias sofridas; amizades destruídas; e igrejas divididas.

As advertências das Escrituras Sagradas à estes tipos de pessoas são claras: “Mas, agora, vos escrevo que não vos associeis com alguém que, dizendo-se irmão, for impuro, ou avarento, ou idólatra, ou maldizente, ou beberrão, ou roubador; com esse tal, nem ainda comais.” 1 Coríntios 5.11 “Pois, de fato, estamos informados de que, entre vós, há pessoas que andam desordenadamente, não trabalhando; antes, se intrometem na vida alheia.” 2 Tessalonicenses 3.11 “Como o louco que lança fogo, flechas e morte, assim é o homem que engana a seu próximo e diz: Fiz isso por brincadeira.” Provérbios 26.18-19
As práticas da fofoca, da insinuação e calúnia em qualquer agrupamento de pessoas sempre serão extremamente prejudiciais à harmonia e a continuidade da paz nos relacionamentos. A questão é tão séria que o Código Penal Brasileiro dedica os artigos 138 a 145, prevendo que quem pratica tais atos, são passíveis de multa e detenção de até 2 anos. Se a nação brasileira trata com rigor este tema, nós, discípulos de Cristo Jesus não podemos tratá-lo com leviandade. Não é admissível a prática de tais atos no Corpo de Cristo e nas famílias que a compõe.

A força do fofoqueiro está na atenção que atrai daqueles que o ouvem. Um mexeriqueiro sem ouvintes, não tem o que mexericar. Quem calunia gosta de dados hipotéticos, tem prazer em suscitar nas mentes do outros a dúvida da moral e idoneidade das outras pessoas. O seu prazer está na confusão e intrigas. Reflexo da sua própria imagem. Na verdade vive a causar intrigas, é um infeliz dentro de casa, no trabalho e na igreja que congrega. Quem vive assim, deve refletir seriamente, se é nova criatura.

O que você deve fazer quando envolvido numa situação similar? A instrução ética de Jesus acerca destes casos é direta: “Se teu irmão pecar contra ti, vai argüi-lo entre ti e ele só. Se ele te ouvir, ganhaste a teu irmão.” Mateus 18.15. Não dê espaço para fofoca. Não seja ouvinte do fofoqueiro. Não seja um com ele. Gregory Friezzell é cristalino quando diz: “…se alguém começar a lhe contar coisas críticas ou sugestivas a respeito de outrem, você sabe imediatamente que ele está pecando contra Deus. De fato, se nos encontramos frequentemente especulando sobre os pecados na vida dos outros, nós já incorremos num pecado maior.” Liberando o Fluir do Avivamento. p.69

Sejamos bons ouvintes e praticantes quanto ao que a Bíblia Sagrada nos corrige e previne acerca destas atitudes malignas. 1. Controle a sua língua: Tiago 3.6-13. 2. Não dê ouvidos para aquele que quer fofocar em seus ouvidos. Repreenda-o na Palavra de Deus, conforme: Mateus 18.15-17. 3. Não tolere este comportamento: Efésios 5.11. 4. Seja um guardião da paz: Efésios 4.3. 5. Se você tem sido um caluniador, você deve dar dois passos: I. Arrependa-se confesse a Deus: Provérbios 28.13; 1 João 1.9; Joel 2.12-13 II. Peça perdão e repare os erros às pessoas que machucou e ofendeu. Mateus 5.23-24; Mateus 6.14-15.

Do coração, Pr. Rodrigo Odney
rodrigoodney.blogspot.com

25 de mar. de 2010

O “Ethos” da Tradição Reformada e a Cultura Emergente

Os proponentes da teologia reformada foram fortemente impactados pela percepção do Deus Único, Justo e Santo que se revela na Sua criação e com ela interage. Deus indomesticável, livre e Soberano. Senhor da História e que nela cumpre os seus desígnios eternos. Que redime e justifica o ser humano do seu mal e o predestina para uma vida inteiramente santa em todas as suas realizações. Os eleitos estão no mundo como agentes transformadores que atuam em todas as instâncias da vida humana. Ação que reflete a glória de Deus. Que tem na pregação bíblica um veículo para comunicar com profundidade e simplicidade a graça transformadora. Graça que é, também, manifesta no trabalho pastoral que não somente proporciona alento às almas, mas, sobretudo, redireciona a vida. Vida disciplinada e que com destreza cumpre aos ditames de seu Senhor, cujo palco de atuação não restringe-se ao espaço religioso, mas, alagar-se a todos os ambientes da existência humana. Atuação marcada pela simplicidade e negação de toda vaidade.


O ethos reformado é o ethos do temor pelo sagrado e o repúdio pelo profano. Conceitos totalmente rejeitados na cultura emergente. Cultura que exala a liquidez social marcada pelo relativismo moral, religioso e epistemológico. Que tem em seus braços a pluralidade, o secularismo e o narcisimo. Onde o sujeito constitui-se senhor de sua existência e nela estabelece o seu trono; e o semelhante é coisificado e objeto de prazer. Cultura que recorre aos sofistas quando estes já declararam a impossibilidade do conhecimento absoluto e verdadeiro que estabelecem limites e o norte para o saber e o belo. Logo, a máxima de Protágoras “O homem é a medida de todas as coisas, das coisas que são, enquanto são, das coisas que não são, enquanto não são.” Obtém êxito na cultura emergente que não considera a possibilidade de verdades absolutas, mas, tão somente a existência de opiniões, boas ou más, melhores ou piores, jamais estabelecendo valor moral como falsa ou verdadeira, logo, tudo é válido para o discurso se faz sentido para o indivíduo que é o centro de sua existência.

Esta sociedade, que desconstroe valores e princípios lançados no passado, se vê com sérios desafios à sua sobrevivência, a medida que o Deus relacional e interventor é descartado e naturalmente outras realidades são estabelecidas como portadoras de significado e valor existencial; relação que agrava a inquietude e a busca por experiências que geram patologias sociais. Basicamente percebidas no consumismo exacerbado e no imediatismo frenético. Os casos críticos conduzem a escória social estigmatizada naqueles que são dependentes químicos e exploram o semelhante. Na mesma escala estão os que cauterizados pelo secularismo fragmentam a vida e compartimentam-na em várias personalidades que correspondem ao ambiente que se encontram.

O ethos reformado deve lidar nesta cultura hodierna. Suas implicações e desafios são colossais, pois a priori é rejeitada e escarnecida, é tida como resquício de um período de obscurantismo e castração do pensamento. O ethos reformado fará sentido e causará sede nos indivíduos a medida que evidenciar com limpidez a graça de Deus manifesta ao longo da história e especialmente na pessoa do Senhor Jesus Cristo, que é conhecida em sua geração, nascimento, vida, morte, ressurreição, ensino, ascensão e retorno porvir. O ethos reformado fará diferença a medida que nas relações interpessoais, familiares, sociais e profissionais for manifesto nas ações de amor, perdão, misericórdia e esperança peculiar do eleito de Deus.

27 de fev. de 2010

Redescobrindo velhos caminhos

De tempo em tempo a igreja precisa se redescobrir para não se tornar anacrônica, e, portanto, desnecessária à geração que a envolve. O problema é que muitas no afã de conectar-se com o seu tempo abrem mão de princípios que a definem e a tornam agentes de transformação tão requeridas para a cultura emergente.


A cultura emergente é preconceituosa. Curioso é perceber que muitos advogam ser tolerante, aglutinadora de pensamentos e intercambiável, entretanto, não é bem assim. Quando se trata de velhos princípios e valores o desprezo é manifesto quase que instantaneamente. Qualquer pensamento que contrapõe a sua máxima é tachado de antiquado e resquício do obscurantismo dos séculos passados.

Nessa onda muitos crentes tem surfado e o desastre é visível quando se verifica a vida familiar, profissional e social. O Sal e a Luz que deveriam diferenciar o discípulo de Jesus do não discípulo são imperceptíveis. Com roupagem evangélica vive-se os piores descaminhos que maculam e denigrem o evangelho do Senhor Jesus.

Posto isto, a igreja precisa redescobrir velhos caminhos que são capazes de atualizá-la para o seu tempo e tornar-se, portanto, o ambiente fomentador de transformações necessárias para o mundo de hoje. Oferecendo o espaço que as famílias precisam para serem facilitadas em seu processo de cura e crescimento conforme a imagem de Cristo.

A igreja redescobre velhos caminhos quando percebe a novidade que os princípios bíblicos conferem a sua existência e finalidade. Igreja só é igreja se está alicerçada no ensino de Cristo e dos apóstolos, quando perde este padrão, torna-se qualquer outra coisa, menos a igreja instituída por Jesus.

A igreja redescobre velhos caminhos quando percebe a nobreza do indivíduo em todas as suas potencialidades e responsabilidades; e reconhece que a exclusividade de Cristo é absoluta. A graça salvadora não reside na autonomia do indivíduo, mas, sim na autonomia do Criador.

A igreja redescobre velhos caminhos quando percebe o seu papel social - sua capacidade de atuar ativamente em busca do bem comum, mas sem cor e nem bandeira partidária. Capaz de ser a voz de protesto contra qualquer ato de injustiça.

A igreja redescobre velhos caminhos quando percebe a força da unidade e da cooperação. Unidade e cooperação resultantes da sua autonomia, da sua percepção de sua necessidade de interação. De indivíduos que nasceram de novo e cumprem as ordenanças. Igrejas que não são fim em si mesmo, mas mutuamente coopera para transforma o mundo a partir do seu meio.

Como igreja precisamos redescobrir esses velhos caminhos, já temos 51 anos de história. Em Pompéia somos a PIB e a Memorial. No mundo já existimos a mais de 400 anos. Nosso legado foi forjado por esses princípios. Que possamos nesses próximos 50 anos redescobri-los para fazermos a necessária diferença que o tempo de hoje requer de nós. Parabéns Igreja por seu aniversário.


Juntos Somos Mais,
Pr. Rodrigo Odney